Saúde  / Notícia

Com 2.007 casos e três mortes no ano até esta quinta-feira (7), a dengue pode ser considerada a principal doença da saúde pública de Mogi Mirim na atualidade. E, para buscar frear o contágio, a Prefeitura vem adotando uma série de medidas, em trabalho coordenadora pela Secretaria de Saúde (confira a lista completa abaixo). A limpeza de casas, ruas, calçadas e terrenos torna-se fundamental nesta luta, sobretudo se levado em conta os números, mas o papel da população também é de suma importância na guerra contra o Ades aegypti.

Somente em 2019, foram 480 caminhões de sujeira retirados das ruas em 12 mutirões. Neste ano, em outros três mutirões, mais 120 veículos, totalizando 600 caminhões em 15 ações, correspondente a 2,4 mil toneladas de material em todas as regiões do município, de acordo com a Secretaria de Serviços Municipais. Dados suficientes para comprovar a gravidade da situação e a necessidade de uma força-tarefa entre Poder Público e população.

O que já foi feito?

Um balanço da Vigilância em Saúde, órgão ligado à Secretaria de Saúde, e que dita as atividades de combate à dengue na cidade, mostra que o setor realizou, desde janeiro do ano passado, até 31 de março deste ano, uma série de medidas relacionadas à saúde pública. Na lista, visita casa a casa, nebulizações costal e veicular, limpeza em ruas, calçadas e terrenos, vistoria em pontos estratégicos, atendimento a reclamações, orientação a munícipes, entre outros.

Nos 15 mutirões, sempre aos sábados, 600 caminhões de sujeira, material formado por galhos, entulhos, produtos recicláveis, móveis, restos de material de construção, entre outros, foram retirados das ruas.

Esse número aumenta se levado em conta todo o ano, quando cerca de 525 toneladas por semana (segunda a sexta-feira), uma média de 105 toneladas por dia, são retiradas por equipes da Secretaria de Serviços Municipais, segundo a própria Pasta.

Os mutirões reúnem funcionários da Secretaria de Saúde, ao lado de servidores de diversas Pastas municipais para um trabalho de orientação a moradores e limpeza de ruas, calçadas, casas e terrenos.

Com a quarentena, onde a população permanece boa parte do dia em casa, a limpeza é uma das principais armas no combate à dengue.

“As pessoas devem olhar o local onde moram, notar os pontos mais críticos e fazer a limpeza. Muitas vezes achamos que o problema está na casa do vizinho, mas não, está debaixo do nosso teto. Olhem calhas, ralos, tudo que sirva como local de criadouro e proliferação do mosquito”, alertou a coordenadora da Vigilância e Saúde, Joalice Penna Rocha Franco.

Visitas a imóveis

Em 2019, foram 90.789 visitas a imóveis, frente 16.376 nos três primeiros meses de 2020. O trabalho é realizado por agentes de controles de endemias e agentes comunitários de saúde, quando é verificada a presença de criadouros e orientação aos residentes sobre a eliminação dos locais de transmissão.

Busca e controle de criadouros (BCC) somaram 23.107 visitas a residências no ano passado e 6.849 em 2020.

Nebulizações

Em 15 meses, 7.166 nebulizações costais, através de nebulizador manual, costal, por ir nas costas do aplicador, aconteceram em imóveis espalhados pela cidade (4.856 em 2019 e 2.310 em 2020).

No mesmo período, o popular “fumacê”, realizado nas últimas semanas na zona Norte, e que visa eliminar o mosquito adulto, esteve presente em áreas prioritárias, seja a mesma zona Norte, Leste, Centro, ou outro setor onde a aplicação se faz necessária.

Procura por larvas

A ida dos agentes a imóveis especiais, aqueles com grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais e rodoviárias, contabilizou 379 imóveis (332 em 2019 e 47 neste ano), além de outras 1.225 visitas a imóveis estratégicos (1.029 ano passado e 196 de janeiro a março), seja comércios ou localidades com grande potencial de existir larvas, a exemplo de reciclagem e borracharias.

Momento é de colaborar

Chefe da equipe da Vigilância Ambiental e Zoonose, Rogério Garros explica que o fato de a dengue ter como característica ser uma doença de clima tropical faz com que o mosquito ganhe força na área urbana.

“O mosquito está altamente adaptado ao meio urbano. Antigamente, falávamos para não deixar água parada, e hoje temos imagens de larva em tanque com água suja de óleo e fossa com fezes, ou seja, não apenas em água limpa, mas também na suja. Ele criou mecanismos para ficar resistente. A suscetividade é alta, temos o vírus circulando e bastante mosquito. Tudo influencia”, observou.

Para se ter uma ideia, o Aedes pode eclodir 300 ovos de uma só vez, com duração de até 400 dias no ambiente, segundo Rogério.

Sem veneno

Outro agravante foi o fato de Mogi Mirim ter ficado desabastecido do veneno, enviado pelo Ministério da Saúde, para a nebulização costal e veicular de março do ano passado até janeiro, o que pode ter colaborado para a proliferação do mosquito.

A Secretaria de Saúde disponibiliza a Ouvidoria SUS para denúncias contra a dengue, que funciona de segunda a sexta-feira, pelo telefone 3806-4730.

 

Ações realizadas pela Prefeitura em 2019

 

Ações realizadas pela Prefeitura em 2020 (até 31 de março)

Visitas casa

a casa

90.789 imóveis

alcançados

Visitas casa

a casa

16.376 imóveis

alcançados

Busca e Controle de Criadouros

23.107 visitas

a imóveis

Busca e Controle de Criadouros

6.849 imóveis

Nebulização Portátil Costal

Realizadas em 4.856 imóveis

Nebulização Portátil Costal

Realizadas em

2.310 imóveis

Reclamações

865 atendidas

Reclamações

169 reclamações atendidas

Avaliação de Densidade Larvária (ADL)

5.088 visitas a imóveis para avaliação

Avaliação de Densidade Larvária (ADL)

1.313 visitas imóveis

para avaliação

Visitas a pontos estratégicos

1.029 imóveis visitados

Visitas a pontos estratégicos

196 imóveis visitados

Imóveis Especiais

332 visitas

Imóveis Especiais

47 visitas

Mutirões aos sábados

20.448 visitas a

residências

Mutirões aos sábados

5.404 visitas a residências

Total de visitas ao longo do ano

146.506

Total de visitas até 31 de março

32.664 visitas

Nebulização veicular (fumacê)

3 ações em áreas prioritárias

Nebulização veicular (fumacê)

2 ações na zona Norte

Quarteirões trabalhados

(por região)

353 quarteirões

no total

Quarteirões trabalhados

(por região)

330 na zona Norte

(6 dias de ação)

Zona Leste

(6 dias)

243 quarteirões trabalhados

 

 

Zona Norte (1 dia)

110 quarteirões trabalhados

 

 

 

Dengue ultrapassa 2 mil casos e Saúde pede atenção para limpeza de imóveis

A dengue em Mogi Mirim ultrapassou os 2 mil casos com menos de cinco meses completados no ano. Boletim semanal divulgado pela Vigilância em Saúde mostra que até esta quinta-feira (7) o município contabiliza 2.007 casos positivos da doença, aumento de 142 casos em relação ao boletim do dia 30 de abril. As notificações saltaram de 5.479 para 5.740 em uma semana.

Ciente do aumento dos casos, a Secretaria de Saúde pede para que a população colabore com a limpeza de residências, evitando assim, o acúmulo de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Vale lembrar que as ações realizadas pelo Poder Público não param e consistem em um trabalho baseado em mutirões de limpeza e orientação, nebulização costal e veicular, visita a pontos estratégicos, imóveis especiais, busca e controle de criadouros, entre outros.

A escassez de chuvas e o clima mais seco contribui para o atual cenário da doença em Mogi.

“Temos que lembrar que há mais de 30 dias não chove, isso ajuda a não ter larva. Então, se o mosquito picou alguém em determinada rua, transmitiu dengue naquela rua para cinco, seis pessoas ou uma família toda, é porque o criadouro está na nossa casa, não naquele terreno ou na vizinha. Temos que prestar muita atenção nessa questão”, alertou a coordenadora da Vigilância em Saúde, Joalice Penna Rocha Franco.

Ela reforçou os pedidos por mais atenção dentro de casa. E deu exemplos para isso.

“Temos que ter cuidado ao enxugar as grelhas no nosso quintal, porque todo mundo lava o quintal. Pode ser um criadouro no ralo da casa também. O banheiro que está no fundo do quintal, mas tem alguma coisa acumulada no vaso sanitário, se o vaso tem ou não tampa. Caso não tenha, o recomendado é cobrir com saco plástico. São pequenas coisas que não temos olhos mais críticos, e tentamos alertar para que a população tenha esse olhar”, destacou.

Boletim

O boletim desta quinta-feira mostra que dos 2.007 casos, 1.040 foram registrados em mulheres e 967 em homens. A faixa etária de 16 a 59 anos é a que concentra a maioria dos casos positivos (1.372), seguido das pessoas acima de 60 anos (335), 6 a 15 anos (221) e até 5 anos (79).

A zona Norte é a região com mais casos a cidade, com 1.013 confirmações, acompanhada da zona Leste (380), Centro (241), zona Oeste (223), zona Sul (112) e zona rural (38).

São três mortes confirmadas até aqui, um homem de 93 anos, morador do bairro Santa Luzia e uma mulher, de 56 anos e outro um homem, de 72 anos, ambos moradores do Centro. Nos dois últimos casos, a Secretaria de Saúde atestou as mortes em exames de sorologia de dengue realizado pela Secretaria de Saúde em um laboratório credenciado no próprio município. A Prefeitura aguarda a chegada de exames do Instituto Adolf Lutz, em São Paulo.